terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Obrigado pelo florescer, adeus.

Obrigado.
Obrigado por ter aparecido na minha vida e me ensinado o quanto eu podia amar,
Obrigado por ter me feito amadurecer mais rápido que todos meus amigos e me fazer homem,
Obrigado por todos os anos felizes, meses, dias e horas.
Obrigado pelo apoio que me destes mesmo quando eu não precisava.
Obrigado por estar lá, por voltar para esse fim de mundo por mim,
Obrigado por querer continuar mesmo quando eu não queria,
Obrigado por ter contribuído de tantas formas e ter sido tão importante.
Obrigado por me mostrar o significado de família.
Obrigado por teres tido raiva no final, se não fosse assim teria sido mais difícil -ainda assim foi-
Obrigado por me culpar, isso me fez refletir.

Desculpa.
Desculpa ter sido egoísta te querendo só pra mim,
Desculpa por ter te culpado pelo que não era culpa de ninguém,
Desculpa por também ter posto minha parcela de culpa em ti,
Desculpa se não te sentistes reconhecida, repito: Fostes muito importante.
Desculpa a conjugação no passado...
Desculpa se te fiz duvidar do amor e do mundo.
Desculpa se te feri e fiz chorar,
Desculpa por ter criado uma família e destruído ela depois.
Desculpa não ter conseguido continuar.
Desculpa por não ter podido te ajudar mais.
Desculpa não ter sido a pessoa que precisavas.

Te desejo paz nessa nova jornada,
Te desejo amores infindáveis e alegrias imensuráveis!
Te desejo o calor da tua família e que consigas construir outra, dessa vez com filhos: Vais ser uma boa mãe.
Te desejo sucesso na tua carreira e independência.
Te desejo viagens e um barco pra velejar...
Te desejo livros e chá quente...
Desejo que teus amigos estajam sempre próximos, mesmo quando estiverem longe.
Desejo que vivas cada dia sem ansiedade sobre o futuro ou depressão sobre o passado.
Te desejo um presente eterno, cheio de tudo que mereces.

Obrigado por tudo,
Desculpa por tudo,
Te desejo tudo de bom.

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domingo, 4 de novembro de 2018

Presentear é verbo

-Pra sempre.
-Quantas vezes realmente foi?
-Todas as vezes.
-Como pode ter sido pra sempre se acabou?
-Se morremos acaba, pra sempre é por toda a vida.
-Ainda estás vivo, mas aqueles sentimentos não.
-Estou vivo, quem sentiu antes não. Morremos todo dia um pouco, na mesma proporção que nascemos... Sou outro e quero eternidade enquanto essa vida durar.

Amilton Montes(O de 04 de novembro de 2018 as 12:03...)

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Amor Fatis

Amor Fatis:

-Quanto tempo nós temos?
-O suficiente...
-E de quanto precisamos?
-Depende, juntos, ou separados?
-Juntos...
-Juntos? Juntos não precisamos de tempo... Ele nem passa.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Uirá

Equilíbrio pode ser difícil as vezes. Vivemos em um constante balanço, tentando nos manter na linha e seguir em frente. Lutamos contra o vento, e o balanço das cordas, mas no fim o equilíbrio mais difícil vem de dentro: manter a postura correta diante dos desafios, abrir os braços pra vida e não esquecer de respirar.

-Posso tentar também?  -Perguntei ao rapaz que treinava na corda.
-Claro! Me chamo Uirá,  fique a vontade!
-Subi na  corda com ajuda de meu novo instrutor, achei que aprenderia só um novo esporte mas na verdade estava prestes a ter valiosas lições para a vida. -o que devo fazer? Perguntei ao rapaz de braços longos e nariz comprido.
-A parte mais difícil é subir.  Ponha uma perna e sinta o balanço da corda. Quanto mais pressão tiver na subida mais ela balança. O segredo é dobrar os joelhos para aliviar, respirar fundo e subir de uma vez.
-Pressão sempre dificulta tudo. Não sei porque disse isso,  mas fui assim mesmo. Fui devagar e cheio de cautela,  colocando o pé lentamente e tentando transferir meu peso grama à grama para a corda . Quanto mais quilos iam da perna que estava no chão para a suspensa, mais ela tremia, até que vibrou como como uma corda de violão e cai.
-Já disse, tens que ir de uma vez. Ela vai te dar um tranco de volta. Aguenta e sobe.
-sempre tem um tranco. Vou tentar de novo. Dessa vez segui o conselho e fui. Subi!
-Boa, rapaz! Agora abre os braços, é que nem planar, a corda vai só reagir as tuas vibrações e movimento. Respira e voa!
-Nunca planei,  acho que isso não ajuda muito. -Repliquei rindo.
-É como a vida. As vibrações externas de vento e rebate são imprevisíveis, mas tua reação a elas é que estabiliza ou chacoalha mais as coisas. Vai sentindo quando tens que te jogar mais pra anular a força que vem na tua direção e quando deves deixar ela te impulsionar.
-Ainda estás falando dessa corda?
-Olha pra frente. No Slackline seguimos em frente.
-Ok. Gosto da idéia de ir em frente, só não quero ir pra baixo.
-Esquece teus medos! Do chão não passas.
-A corda está tremendo mais agora!
-Não é a corda. O vento parou, tu é que estás tremendo!
-Vou cair!
-Respira!
Quando Respirei fundo meus músculos relaxaram, a tensão reduziu e  a corda parecia ter sumido. Não havia nada além de um caminho leve, nenhum problema grave, nem a gravidade parecia existir. Só a corda. Acordei do transe e disse -Estou conseguindo!
-Já não estou te segurando!
-Cai. Por que me soltastes?
-Tens que ter equilíbrio sozinho. Só vais adiante quando não precisar de ninguém além de ti mesmo. Não encare isso como um trauma, tenta de novo.
-Foi uma lição


sábado, 7 de julho de 2018

Até amor(te), amo.



                                                                 
Ame até a morte.
Não a sua nem a dela: a do sentimento.
Mergulhe, amor é estar à mar.
Vá sem medo, enquanto for verdade, enquanto acreditar.
Lembre que mudamos, mude mas não emudeça.
Arrisque, saiba que tudo acaba...  Mesmo que pareçam só reticências...
Alguns fins são recomeços, se não para com os outros, para consigo mesmo.






                                              Amilton Montes

terça-feira, 3 de julho de 2018

Longos Almoços

-Por quê?
-Por amor.
-Vais por onde?
-Aonde quer que caiba... Estou transbordando.
-Estas em brasas, isso é só fervura... Quando esfriar vais ver que estava longe de transbordar.
-É quente demais pra esfriar.
-Então evaporará.
-Não se eu mantiver o calor.
-Ainda que mantenhas o calor, se deixar tempo demais ao fogo, passará do ponto.
-Gosto de amor bem cozido. A digestão é melhor.
-Pois  prepare-se, cedo ou tarde terás devorado tudo.
-Comemos devagar.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

(I'm)possible

When one sings a song, 
it's to be heard.
When one wonders a thought
it's to be shared.
When one writes a poem,
it's just to be.



-Letting the Shakesperean questions go: Just be. If not yourself, whatever the hell you want.
-As if there was another option. Not being is impossible.
-Unlikely maybe, impossible is just a cage people use to lock themselves away of what seems hard.
-Will we stay?
-As long as we conciently can. But lately we have succumbed even to the simplest biological urges.
-Live,  if you got to: leave.

         

terça-feira, 8 de maio de 2018

(in)possível


Resultado de imagem para green eyes painting


Olhos vagos, quem é ela?
A liberdade. A felicidade. A morte.
A ausência também pode ser boa. Dizem que felicidade não é só a inexistência de sofrimento, mas tal falta já seria um começo.
-Desculpe por me meter, embora já soubesses que tentaria: Isso não é só existir por si só? Achei que queriamos viver.
-Não queremos mais. No entanto, o seu olhar cansado e entorpecido junto com o sorriso de lábios cerrados parece alegrar. Ou pelo menos satisfazer e acalentar o buraco existencial.
-Abra os olhos.
-Quero fecha-los, a imagem idealizada dela parece ajudar.
-Quem é ela?
-Não sei: nunca a vi, cheirei, li ou ouvi. Só imaginei como seria ser feliz nesse momento e as musicas me levaram a idealizar e escrever sobre um amor inexistente, jamais vivido.
-Desde que seja sobre viver, fico feliz.
-Pare! Sabes que jamais acabaria com nossa vida. Apesar dos textos que podem sugerir dupla personalidade, depressão ou outros transtornos... Sabes bem que somos incapazes de fazer isso conosco.
-Sei. Ou suspeito. Porém, sem tais perguntas como contra-peso como seria esse texto possível?
-Ele não é. Nem ela.
-Aqui dentro é.