-Ética: analise universal das diversas morais aceitadas em culturas diferentes aplicada sob ótica impessoal. Seria então possível ser ético, mesmos sendo fruto de morais diversas?
-Fazia tempo que não falavamos conosco. O que houve?
-A vida, como sempre. Dessa vez a quase perda de algumas e produção de outra. Além da tentativa, persistente e frustrada de dar algum rumo a minha.
-Nossa, você quis dizer. De volta ao tema: Acho que Lord Henry diria que não é possível ser ético, e que ser moral só dependeria das lentes do observador. Dorian concordaria, sujeito do primeiro que por sua vez era produto de Wilde. Mas qual a relevância de autores perversos nesse assunto? Sabemos que seja lá o que os filósofos digam, ignoraremos para seguir nosso próprio devaneio.
-Ou seja: Bem e mal não existem, são só o que fizeram que tomassemos por eles. Então seria mais prático tomar tudo que nós interessa como quer que seja.
-Sim, mas o que nos permitimos considerar de interesse palpável?
-Difícil, diria que o que nos foi ensinado. Voltamos ao principio. Quer dizer então que o que não me permito fazer ou traz culpa quando feito é só produto social e, em instancia nenhuma pode ser considerado como certo ou errado de forma absoluta?
-A brecha que isso abre é perigosa. Então vamos aos extremos obvios: Matar um inocente é relativo?
-A própria inocência não é?
-Voltamos ao destino genetico-social.
-Destinados a voltar a ele.
Caro leitor, eu não matei ninguém.