Alguns fazem orações, outros falam sozinhos... Eu? Só escrevo. Escrevo como se orasse e falasse só, escrevo minha imagem nos espelhos do papel.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
Pro inferno com a morfina.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Polissemia romântico-existencialista.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Tentando acordar da realidade 3.
(De play e ouça enquanto lê.)
De novo, e de novo e de novo: a velha vontade de sair me persegue, sem dificuldades já que eu fico aqui sentado.
Queria estar agora numa praça soturna, com um banco no meio, rodeado por árvores e mais ninguém; talvez alguém que tocasse violão, ou um violão que tocasse só... O fato é que eu queria ser tocado pela musica. - Poderia tocar eu mesmo, mas preferiria ficar imóvel-.Faria um acordo com os acordes para que eles me acordassem dessa realidade monótona, muitas vezes vivida em piloto automático, e em troca eu daria a única coisa que posso oferecer humildemente à musica: Meus ouvidos. E ouviria, ouviria como se fosse meu melhor amigo falando, ouviria como se cada som fosse minha poesia favorita sendo recitada, ouviria cada nota notável dessa harmonia de viver.A lua iluminaria, e a musica de fundo seria uma serenata espanhola chamada: spanish romance. Que cai perfeitamente aos ouvidos, nessa noite, seja só ou acompanhado.É tarde, e me disseram que não é seguro sair a essa hora... Mas, o que na vida é seguro de fato? Viver é perigoso, mas quem evita a vida pra se proteger, corre um risco muito maior: O de não viver.Talvez eu não queira só sair de casa, do meu bairro, cidade, estado ou pais... Acho que eu quero mesmo, é sair de mim.
Vídeo: Spanish Romance - Compositor anônimo, interpretado por Nelson Amos. Fonte: Youtube.
sábado, 9 de julho de 2011
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Quero que queiras o mesmo que eu quero.
Eu já gritei a liberdade dos meus amores pra mais do que quatro ventos, já desisti de possuir e aboli minha escravidão sentimental.Mas, agora é diferente, agora quero desistir disso tudo, só pra insistir em ti: Quero que rasgues minha alforria, ou compre-a com tuas palavras de poesia-feitiço, e ponha a euforia de sentir, aonde só havia a minha lógica covarde.Sei que tudo tem um fim, mas mal começamos e já me fazes planejar - Não sou disso! -, queria, e quero: Que só queiramos um ao outro, queiramos juntos e queiramos sós, eu e tu sozinhos naquela rede.
sábado, 2 de julho de 2011
Escrevivendo, de novo.
Já amei, e sei como meu amor funciona: Ele é livre, não me julgo dono dos meus amados, sejam eles vivos ou não; pessoas, animais ou objetos só os quero em minha vida, com a freqüência que à eles for possível e agradável, desde que ainda exista alguma freqüência.
Não acredito em amor a primeira vista, porque primeiras vistas enganam, estão sempre com o bônus da novidade, e o novo –enquanto ainda o é- surpreende e cativa...
Enquanto as surpresas renovam-se, apaixono-me cada vez mais... Mas, a paixão é temporária e irracional, e com o tempo, acabo pensando por demais, e racionando-a por medo de acabar... Porém essas chamas precisam de muito pra queimar, e se diminui-se seu ar, ela começa a apagar, ou pior, sufocar ...
Algumas das paixões viram brasa... E ainda aquecem, aconchegantemente, sem fazer suar nem deixar-me no frio, não são mornas, mas são na medida certa... E essas podem virar amor, as brasas que nunca deixam de incandescer...
Amor não causa dor... Mas me dôo, justamente por não me doar...
Quero alguém que me ame, do jeito que eu amo... Quero sentir junto, sem posses, ficar a deriva do sentimento... Ao mar... Ao vento...
Murmúrio
Sopra, se é amor, deixa à mar...
Na vela ele navega e queima...
Pois ambas as velas, como meus pulmões,
Se alimentam desse ar...