Depois de muito ser partido, ele decidiu partir: Foi atrás de si mesmo, de um espelho honesto e verossímil no qual pudesse se ver.
Olhou-se através dos olhos de luxuria, só via gozo vazio e buracos cujo entra e sai jamais iria preencher.
Olhou nos olhos de sua carreira, até que perdeu o emprego, só via sua divida crescer...
E de vida nada entendia, pagou com sanidade o preço que a sociedade achava justo.
Passou a vagar vazio, atrás sabe-se lá de que.
Se perdeu tentando se encontrar e fez uso de toda antítese prosaica na qual podia pensar.
Poesia não mais bastava, versos lhe causavam aversão e toda silaba era mera alegoria,
falsa afirmação, distração.
Da vida,
da dúvida,
de vil válvula de escape para outra noite turva.
Quando foi que os vapores do álcool passaram a embriagar menos que só "viver"?
Vida
Vazio
impossível de preencher.
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