Alguns fazem orações, outros falam sozinhos... Eu? Só escrevo. Escrevo como se orasse e falasse só, escrevo minha imagem nos espelhos do papel.
domingo, 6 de novembro de 2011
Por esta, por aquela, poesia...
Movido por sentimentos, poentes ou nascentes, atravessa por travessas e pontes, travessões e mentes...
Voa nas letras, com asas escritas à tinta, e se a pena cai, a poesia pousa, pausa, mas nunca é extinta...
O poeta porta a palavra que abre a porta... A chave de amor que a dor conforta...
Como poeta parto parado, tomo partido, e sonho acordado.
-Estou -Disse eu, que era ele até aquele momento.
-E por que sumiu? Não hão mais duvidas? Sem mais dilemas? Sem auto-contradições(automáticas)?
-Ainda está tudo aqui, em mim, em ti, na gente(exatamente por sermos gente)
-No meio dessa gente toda? E a urgência, pra onde foi?
-Pra longe, agora só tenho a calma(ainda que por vezes me inquiete)...
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Sinto muito, mas: Eu sinto demais.
sábado, 27 de agosto de 2011
Sobre olhares. (Olhares sonoros).
Acordei entediado: Como sempre, quis fugir.
Virei pro lado e me vi no espelho...
-Me aproximei-
Desejei profundamente quebrá-lo: sumir com os reflexos , tanto de mim quanto de meus atos.
-Me aproximei mais-
Percebi todos os objetos do meu quarto; principalmente meu violão: calado, só um violão que não estava sendo tocado naquele momento.
-Encostei a testa no espelho-
Olhei no fundo de meus próprios olhos, ou do reflexo deles...
Vi que havia alguma beleza. -São negros ou castanhos?-
De fato tenho olhos quase comuns...
Lembrei do que tinha visto ontem, e desejei jamais ter tido olhos...
-Mudei de idéia-
Não... Sem olhos jamais teria te visto, e sem ter te visto eu jamais teria tanta beleza em meu olhar...
*Algumas imagens tocam pessoas do mesmo jeito que algumas pessoas tocam violão... Mas o efeito dura mais em pessoas que em instrumentos. –O que não dizer que não passe-.
Sobre olhares.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Só uma.
Só uma... Só uma... *ecoando*Eu queria só uma...Mas não sei quem é, e, provavelmente não a conheço...E se eu achar que é, e não for?O jeito é tentar de novo...E se eu achar que não era e tiver sido?Só uma... Só uma... *ecoando*Desde quando? Até quando? Por quanto tempo?Desde ontem. Até não sei quando. Enquanto valer a pena.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
A vida ocorre enquanto a gente corre.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
A mãe embala o filho no balanço e,A alegria do filho embala a mãe: Em um sorriso manso...O filho pensa sobre a bala que quer mastigar;-Deixa pra depois menino, isso vai estragar seu jantar!A bola dança na grama e,O muleque descalço é seu par...Bailam e rebolam, driblando todo o salãoUhh, quase foi gol: a dama bateu no travessão...A poesia se embola com o dia;E o sol desola o céu, se pondo quase ao chão...Minhas palavras transbordadas no papel,Insuficientes...Boa parte do que eu vi se afoga em meio à imensidão.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
sexta-feira, 29 de julho de 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
Pro inferno com a morfina.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Polissemia romântico-existencialista.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Tentando acordar da realidade 3.
(De play e ouça enquanto lê.)
De novo, e de novo e de novo: a velha vontade de sair me persegue, sem dificuldades já que eu fico aqui sentado.
Queria estar agora numa praça soturna, com um banco no meio, rodeado por árvores e mais ninguém; talvez alguém que tocasse violão, ou um violão que tocasse só... O fato é que eu queria ser tocado pela musica. - Poderia tocar eu mesmo, mas preferiria ficar imóvel-.Faria um acordo com os acordes para que eles me acordassem dessa realidade monótona, muitas vezes vivida em piloto automático, e em troca eu daria a única coisa que posso oferecer humildemente à musica: Meus ouvidos. E ouviria, ouviria como se fosse meu melhor amigo falando, ouviria como se cada som fosse minha poesia favorita sendo recitada, ouviria cada nota notável dessa harmonia de viver.A lua iluminaria, e a musica de fundo seria uma serenata espanhola chamada: spanish romance. Que cai perfeitamente aos ouvidos, nessa noite, seja só ou acompanhado.É tarde, e me disseram que não é seguro sair a essa hora... Mas, o que na vida é seguro de fato? Viver é perigoso, mas quem evita a vida pra se proteger, corre um risco muito maior: O de não viver.Talvez eu não queira só sair de casa, do meu bairro, cidade, estado ou pais... Acho que eu quero mesmo, é sair de mim.
Vídeo: Spanish Romance - Compositor anônimo, interpretado por Nelson Amos. Fonte: Youtube.
sábado, 9 de julho de 2011
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Quero que queiras o mesmo que eu quero.
Eu já gritei a liberdade dos meus amores pra mais do que quatro ventos, já desisti de possuir e aboli minha escravidão sentimental.Mas, agora é diferente, agora quero desistir disso tudo, só pra insistir em ti: Quero que rasgues minha alforria, ou compre-a com tuas palavras de poesia-feitiço, e ponha a euforia de sentir, aonde só havia a minha lógica covarde.Sei que tudo tem um fim, mas mal começamos e já me fazes planejar - Não sou disso! -, queria, e quero: Que só queiramos um ao outro, queiramos juntos e queiramos sós, eu e tu sozinhos naquela rede.
sábado, 2 de julho de 2011
Escrevivendo, de novo.
Já amei, e sei como meu amor funciona: Ele é livre, não me julgo dono dos meus amados, sejam eles vivos ou não; pessoas, animais ou objetos só os quero em minha vida, com a freqüência que à eles for possível e agradável, desde que ainda exista alguma freqüência.
Não acredito em amor a primeira vista, porque primeiras vistas enganam, estão sempre com o bônus da novidade, e o novo –enquanto ainda o é- surpreende e cativa...
Enquanto as surpresas renovam-se, apaixono-me cada vez mais... Mas, a paixão é temporária e irracional, e com o tempo, acabo pensando por demais, e racionando-a por medo de acabar... Porém essas chamas precisam de muito pra queimar, e se diminui-se seu ar, ela começa a apagar, ou pior, sufocar ...
Algumas das paixões viram brasa... E ainda aquecem, aconchegantemente, sem fazer suar nem deixar-me no frio, não são mornas, mas são na medida certa... E essas podem virar amor, as brasas que nunca deixam de incandescer...
Amor não causa dor... Mas me dôo, justamente por não me doar...
Quero alguém que me ame, do jeito que eu amo... Quero sentir junto, sem posses, ficar a deriva do sentimento... Ao mar... Ao vento...
Murmúrio
Sopra, se é amor, deixa à mar...
Na vela ele navega e queima...
Pois ambas as velas, como meus pulmões,
Se alimentam desse ar...
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Diálogo de um homem só.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
escrevivendo.
Escrevo na minha mesa, de lápis...
Escrevo para que o que eu escrevi se apague, junto com os motivos que me levaram a isso...
Bem devagar...
Conserto os erros... Com meios riscos, que não encobrem totalmente com as falhas...
Concerto os eros como se escrevesse de caneta, como se escrevesse do modo que vivo.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Linguagem pra ser vista .
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Barganhas mal feitas(capitulo 1).
Algumas Historias, sejam reais ou não, tem continuidade... Quem sabe essa seja uma delas ... Ou não...
E estava eu dormindo... Pelo menos creio que dormia, afinal tudo foi muito estranho e difícil de lembrar... Talvez saber que eu dormia, ou que eu achava dormir fosse apenas uma estratégia daquele ''negociante'' de ''produtos raros'' que mesmo sem eu saber me contaria algumas coisas interessantes, e me faria ofertas até que razoáveis logicamente, mas que a maldita ética me inibiu de aceitar.
Naquela noite, enquanto eu tocava em frente a minha casa, esse estranho (em todos os sentidos da palavra) apareceu, me perguntando diretamente, sem nem um oi, e dispensando apresentações a principio.
- Qual o preço da sua alma?.
Eu sorri, e achei que fosse alguma brincadeira mal feita de algum conhecido que eu tivesse me esquecido de conhecer, mas ele não sorria, nem demonstrava qualquer coisa que me fizesse duvidar da seriedade dele.
Eu parei de rir, e perguntei quem era ele(além de me questionar mentalmente se ele tinha usado alguma substancia química...). Ele então finalmente moveu os lábios em sinal de cumplicidade, e disse:
- Alguns de vocês me chamam de demônio...
Eu não me assustei, afirmei a ele que eu sequer tinha fé em deus, muito menos acreditaria em demônios. O suposto homem que antes parecia são, e que agora adquiria pra si um ar de psicopata calculista afirmou:
- Deus existe meu caro. Ele talvez não seja como vocês pensam, mas até eu acredito nele, você não deveria renegá-lo.
Mais uma vez as palavras do aliciador soavam como chacota ou sarcasmo (achei isso naquela hora por eu mesmo ter esse tipo de comportamento às vezes). Novamente a pergunta foi exposta a mim:’’diga o preço de sua alma, todos tem um preço’’ respondi com um balançar negativo de cabeça pronunciando um não sem nenhum som.
O misterioso homem que tinha um estilo de poeta decadente com “metáleiro clássico” insistiu:
- alguns querem dinheiro, outros querem amores que pra eles sozinhos seriam impossíveis, outros querem talento... E você? Pelo que me daria sua alma? Entenda... Minha proposta é ótima, uma vez que você não acredita em paraíso ou inferno, isso aqui é tudo que há pra você, escolha algo que faça tudo isso valer à pena, que te de um sentido pra estar aqui, pelo menos acabaria com sua ansiedade por respostas... E eu só cobraria quando você morresse.
Ocorreu-me então a única coisa que seria prudente pedir em troca da minha alma, uma alma única, a minha favorita e a mais preciosa pra mim, a minha alma! . A resposta foi direta e cheia de pré-potencia por eu achar que desarmaria alguém que se achava superior: ’’ quero a imortalidade pela minha alma, se eu posso pedir qualquer coisa, é o que eu quero, assim não tem como tomá-la de mim há menos que eu morra... O que seria um tanto impossível se me desse o que eu peço...
O mercador parou por um instante para pensar, acho que não encontrou nem uma replica plausível para as minhas condições, resolveu-se então por mudar o preço dele, uma vez que se ele aceitasse não iria receber nada, e ele não me parecia o tipo de pessoa (ou criatura)que faz caridade... Com um segundo sorriso, dessa vez mais seguro de si e cruel disse:
- muito bem, mas se o seu preço é tão alto... você vai ter que me pagar a prestações...
Indaguei:- prestações? Como poderia eu pagar minha alma parcelada? Ela por acaso é divisível? O sorriso dele aumentou, e eu ouvi um principio de gargalhada, que finalmente me assustou um pouco...
Ele completou a gargalhada dizendo: - Com a alma dos seus filhos. Você pode viver pra sempre, mas cada filho que você tiver, ao morrer me deverá a respectiva alma que você não poderia pagar, como dizem por ai, dividas de família morrem na família...
Toda minha arrogância que se devia a achar que as minhas condições não tinham chance de falhar, se esvaia com aquelas palavras...
Eu não tenho filhos, não os tinha nesse ‘’sonho’’ e nem tenho planos de ter-los, mas ainda assim jamais negociaria algo que não me pertencia. Por mais que os filhos só existam por causa dos pais, eles são criaturas livres(na medida que o mundo permite-lhes liberdade) e a posse de suas almas só caberia a eles e não a mim. Perguntei então por que o interesse dele era tão grande na minha alma. Então o sujeito até aqui sem nome, mas que por acasos do destino tinha um boton em forma de estrela que brilhava preso a jaqueta o que me deu a idéia de chamar-lo de ‘’star of light’’* (em latim é mais ‘’engraçado’’) respondeu:
- não faria diferença pra você, e mesmo que fizesse, não cabe a mim dizer-lhe,digamos apenas que você ao sonhar com a imortalidade não pensou em como tediosa ela pode ser, e alguns dos que nunca morrem gostam de fazer apostas as vezes...
Depois de refletir sobre o que ele me disse por um tempo pequeno mas que parecia interminável(o tempo nos devaneios é psicológico, e dura muito mais para quem esta pensando do que para quem espera pelas respostas). Disse-lhe:- Não, a resposta é não, eu posso ser mortal, posso não entender a razão das coisas e posso querer realmente prolongar essa única versão conhecida por mim da realidade... Mas, brincar com a vida das pessoas, ou com a alma delas, isso não é humano, seria preciso que eu fosse um psicopata imortal extremamente entediado... deixo esse tipo de ‘’passa-tempo’’ macabro para aqueles que tenham versões mais ‘’tortas’’ do que é certo’’.
Então acordei... fiquei em duvida se aquilo havia sido um sonho ou pesadelo... Mas tarde eu descobriria que era só o começo, Como dizia o poeta: “ Existe o certo, o errado e todo o resto”
Autor: José Amilton