sábado, 12 de janeiro de 2019

Know nothing but now

Ontem desconfiei de ti, ainda estou em duvidas. Tua reação foi muito estranha e tenho certeza, na medida que posso ter, que escondes algo de mim. Te entendo... Também escondo muita coisa: Guardo para mim minhas maiores inseguranças e medos, só te deixo ver meu medo de te perder. Talvez tenha mais medo de perder a mim mesmo no caminho.

Sou romântico demais, e as vezes repenso isso ao olhar para o mundo. Espero demais de mim mesmo, as vezes até dos outros... Expectativas podem estragar tudo. Se não as temos, toda realização minima se torna uma conquista! Quando as temos... As coisas são no máximo o esperado, que até traz satisfação, mas quando não são como esperado tendem a decepcionar. Queria ser " um príncipe", não dos que salvam a princesa do mundo, mas dos que fazem a princesa esquecer do mundo. Queria que fosses "uma princesa", não das que pedem pra ser salvas, mas sinto que falta algo. Talvez não confie em ti, o que seria o fim...

Confiar é complicado, acho que o mais interessante é não desconfiar. Afinal, a confiança demanda fé. Se temos todas as evidências de algo, acreditar é inevitável, deixa de ser crença e passa a ser fato.

Acreditei por muito tempo no amor. Em "pra sempres" que, sem exceções, sempre acabaram. Talvez nunca tenha deixado de acreditar, uma vez que prometo eternidades à mim mesmo quando me apaixono. Tolice? Talvez. O que me incomoda não é ser tolo e sim cético. Já acredito em tão pouco, perder a fé no amor seria perder a fé na vida.

-Vai começar com isso?
-Estou mais pensando em acabar com isso.
-Com a vida?
-Com o namoro.
-Ela pode estar falando a verdade, talvez tenha só ficado muito nervosa sem motivo.
-Acreditamos mesmo nisso?
-Não.
-Então não defenda algo que não crê.
-Defendo que perde-la agora seria perder parte de nós mesmos.
-Tens razão.
-Da ultima vez que falamos assim sobre alguém foi o começo do fim.
-Já era o meio, o fim começa com o amor... Fadado a terminar.
-Se todo amor termina, por que começar? Por que amar?
-Lembra da nossa comida favorita na infância?
-Tortuguitas... As recheadas. Comíamos devagar, por partes tentando faze-las durar mais. Primeiro as patas, depois a cabeça e por fim o casco: pelas bordas para que o recheio só viesse nas últimas mordicas, cada vez menores que as anteriores até que no fim colocávamos a ultima parte central e mais recheada na boca para derreter devagar.
-Quantas Tortuguitas degustamos da mesma forma?
-Infindáveis.
-Todas eram amor.
-Com as Tortuguitas eu conseguia ignorar o conhecimento do fim.
-Concentre-se mais no agora.