quinta-feira, 16 de junho de 2011

Diálogo de um homem só.

Tarde de sol, cedo e só...
"Folheio" a agenda digital do meu celular, mas ninguém está disponível...

- Por que não ir só?
- Porque nós estamos solitários... E é aquela solidão boa de se curtir acompanhado...
- Mas, temos uma mochila, um caderno, uma caneta e umas moedas pro ônibus... Do que mais precisamos?
- De um lugar...
- Pra que? Se sairmos sem rumo, qualquer rumo será o certo... E além disso, não somos nós que dizemos que o que importa é ir, e não chegar?
- Somos... Mas a musica esta tão boa aqui... O Oswaldo me entende...
- Se sairmos, podemos conhecer melodias novas, pessoas novas e até "ela" ...
- "Ela" ? Ela é só temporária... É sempre só uma delas, e nunca é nossa, pelo menos não só nossa...
- Também somos nós que odiamos quando uma pessoa tenta possuir a outra, ou esquecemos disso?
- Não nos deixamos esquecer...
- ...
- Porque estamos usando travessão, se somos a mesma pessoa falando?
- Pra atravessar... De um lado da gente pro outro, pra ligar os dois extremos... Além disso, seria loucura um diálogo sem travessão. Não se saberia quem esta falando, quem pergunta ou quem responde.
- E aqui se sabe? ...
- ...

*E eu fui só, ou melhor, nós fomos, todos nós, não só os dois da conversa... É, nós continuamos indo, as vezes até sem sair do lugar... Mas sempre indo...




"Eu hoje acordei tão só, mais só do que eu merecia... Eu acho que será pra sempre, mas sempre não é todo dia ... " (Oswaldo Montenegro - Sempre não é todo dia.) .

segunda-feira, 13 de junho de 2011

escrevivendo.


Escrevo na minha mesa, de lápis...

Escrevo para que o que eu escrevi se apague, junto com os motivos que me levaram a isso...

Bem devagar...

Conserto os erros... Com meios riscos, que não encobrem totalmente com as falhas...

Concerto os eros como se escrevesse de caneta, como se escrevesse do modo que vivo.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Linguagem pra ser vista .











Texto 1 - Vendo o tempo por um tempo.







Olho pro tempo, e nada vejo, ou melhor, vejo tudo, já que tudo passa pelo tempo... Ou o tempo passa por tudo... Ou tudo vira(rá) passado ...






Faz tempo que o tempo me faz...
Faço tempo quando tenho a falta do que fazer...
Temo que falte tempo quando estou com você(s)
Meu prólogo se prolonga enquanto em prol do futuro narro -e faço- coisas no presente...
Em presente Me dou pra ti, só quando e o que posso dar...
Meu pretérito imperfeito me ensinou o que não fazer, e o pretérito mais que perfeito tinha estado me iludindo, até eu esquecer...



Texto 2 - Olhando juntos.

Todos que podem, deveriam olhar o seu(

Todos que podem, deveriam olhar o sol...

Todos que podem, deveriam olhar a lua...

Todos que podem, deveriam olhar o céu...

) universo.










Todos vêm ao mundo, veem e são vistos, se não com os olhos, veem com as mãos, veem com os ouvidos, veem com o paladar e com o olfato, veem o que vier a sua visão, todos juntos, veem e ainda assim, as vezes não enxergam...

Se todos abrissem as suas vistas a outros modos de ver, talvez víssemos melhor, e veríamos o inteiro, veríamos-nós a nos mesmos... Juntos.